Índice, uma história do: uma aventura livresca, dos manuscritos medievais à era digital

Índice, uma história do: uma aventura livresca, dos manuscritos medievais à era digital

Qual a relação entre Santo Agostinho e as hashtags? O que os sermões de padres do século 13 têm a ver com pesquisas no Google em 2024? Este livro responde de modo divertido a essas e outras perguntas ao narrar a história de uma ferramenta cotidiana pouco conhecida, mas extraordinária, e que hoje é a tecnologia-chave que alicerça toda a nossa leitura on-line: o índice. Com um passado ilustre, porém pouco visitado, o índice remissivo de assuntos e seus irmãos correlatos, como a concordância e o sumário, estão intimamente ligados à história dos livros, do conhecimento e das universidades, passando pela política e pela literatura. Apesar de relegado às páginas finais dos volumes impressos, e de mal constar nos livros digitais, o índice foi objeto de interesse e de narrativas de Virginia Woolf, Italo Calvino, Vladimir Nabokov e até Platão. E é justamente esta a surpresa do livro de Dennis Duncan: fazer com que pensemos sobre esse dispositivo textual muitas vezes considerado menor ou trivial, mas que hoje é a base de nosso dia a dia. O autor domina a arte de desautomatizar visões pré-estabelecidas, chamando nossa atenção para a invenção da ordem alfabética, do número de página nos livros impressos, bem como para polêmicas que parecem atuais, mas que há oitocentos anos permeiam a vida pública. Um exemplo delas é o fato de acharmos a ideologização dos dados um problema contemporâneo, sem nos darmos conta de que as entregas personalizadas dos algoritmos do Vale do Silício não estão muito distantes dos índices que, desde os primórdios, eram usados para zombarias, maledicências e formação de opinião. Eleito o melhor livro de 2022 pela revista New Yorker, Índice, uma história do traz uma série de anedotas com papas, filósofos, primeiros-ministros, poetas e, claro, indexadores, que guiam desde o bibliófilo mais apaixonado até o mais casual dos leitores por uma viagem divertida à curiosidade humana. Com humor bastante espirituoso, este livro não é só sobre leitura, mas sobre o modo como nos relacionamos com o mundo, como o categorizamos e o entendemos. É impossível não esboçar ao menos um sorriso ao navegar por esta ode às histórias bem contadas.

Editora Fósforo Editora; 1ª edição (2 fevereiro 2024)

Idioma Português

Capa comum 336 páginas

ISBN-10 6584568016

Índice, uma história do: uma aventura livresca, dos manuscritos medievais à era digital. Dennis Duncan.
Trad. Flávia Costa Neves Machado • Fósforo • 336 pp • R$ 99,90

Professor na University College London narra a história do índice, essa ferramenta que se transformou na tecnologia-chave que embasa todas as nossas leituras on-line. Ele surgiu provavelmente na Biblioteca de Alexandria, no século 3 a.C., para permitir a organização de autores, livros e conteúdos, mas só começou a adquirir sua forma atual nos monastérios europeus do século 13, para que os religiosos encontrassem rapidamente as passagens da Bíblia que precisavam ser citadas nos seus sermões. Apesar de muitas vezes relegado às páginas finais das obras impressas, o índice foi objeto de narrativas de Platão, Virginia Woolf, Italo Calvino e Vladimir Nabokov.

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