Saudade

Saudade (2017)

Saudade, de Paulo Caldas

sa:u.da.de: sf. 1. Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisa distante ou extinta. 2. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido.

Conhecido por seus trabalhos na ficção a partir de “Baile Perfumado”, “Deserto Feliz” e “País do Desejo”, o cineasta Paulo Caldas faz em “Saudade” a sua terceira inclusão no registro documental partindo de uma curiosidade que talvez seja desconhecida por muita gente. Destacado em seu título, saudade é uma palavra que não existe fora da língua portuguesa, com outros idiomas apresentando equivalentes que não correspondem à sua riqueza de significados.

A partir disso, Caldas colhe depoimentos de artistas do Brasil, Portugal e Angola que versam sobre a saudade a partir de suas expressões. Há devaneios como os da roteirista Adriana Falcão, do artista multimídia Alex Flemming, do cantor Arnaldo Antunes, do cineasta Karim Aïnouz, entre outros. Invariavelmente, refletem, assim como todos nós, sobre como a palavra comunica a dor da perda, aquilo ou aquele que nos foi tirado e como a memória opera para manter as lembranças acesas.

A lamentar que o documentário se aproprie pouco das ferramentas audiovisuais para elaborar representações da saudade. Afora a imagem que retrocede a onda do mar que apagou a escrita da palavra na areia e alguns recortes de performances artísticas, Caldas se contenta mais com as possibilidades verbais, dando a sensação de que o seu projeto seria mais adequado como um média-metragem para a tevê do que um longa para cinema.

Autor: Alex Gonçalves

( Fonte : http://cineresenhas.com.br/2018/01/18/resenha-critica-saudade-2017/ )

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