NADA DE NOVO NO FRONT
Remarque atemporal e, infelizmente, verdadeiro.
por RITTER FAN
Há uma discussão potencialmente interessante – que não pretendo chegar nem próximo de esgotar – sobre filmes antibelicistas que fazem uso de belíssimas composições de quadros e de deslumbrante fotografia mesmo em seus momentos mais terríveis, artifícios que podem ser interpretados como formas de se suavizar o horror e de sobrepor a forma sobre a substância. Obviamente que qualquer conclusão sobre o assunto dependerá do caso concreto, mas minha tendência natural é considerar a beleza estética de uma obra desta natureza como uma maneira de amplificar seu choque, sua força, sua tragédia ao criar fortes antíteses visuais e creio que seja exatamente isso que a magnífica cinematografia de James Friend consegue evocar em Nada de Novo no Front, terceira adaptação audiovisual do clássico romance de Erich Maria Remarque, publicado pela primeira vez em 1928.
O poder da imagem, no longa dirigido pelo alemão Edward Berger, é particularmente importante, pois ela é imediatamente capaz de criar sentimentos opostos no espectador de atração e repulsão, algo que é mantido constantemente no subtexto narrativo que acompanha a jornada do jovem alemão Paul Bäumer (Felix Kammerer) de patriota inocente e seguidor de seus amigos que alegremente se alista para lutar na Primeira Guerra Mundial contra o desejo de seus pais e é arremessado nas batalhas de trincheiras da frente ocidental e que, aos poucos, na medida em que testemunha os horrores, perde seus amigos e… (LEIA COMPLETO)