RELEASE
“A OBRA MAIS COMPLETA E HONESTA SOBRE AQUELA QUE É CONSIDERADA POR MUITOS A MAIOR BANDA DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS
Rockstar. Seja lá o que esse termo signifique para você, é provável que ele tenha uma dívida com o Led Zeppelin. Ninguém antes ou depois viveu o sonho como Jimmy Page, Robert Plant, John Paul Jones e John Bonham. Em Led Zeppelin: A biografia, um dos maiores biógrafos do nosso tempo, Bob Spitz, avalia tudo, separando o mito da realidade com seu conhecimento e talento para contar histórias que são sua marca registrada.
Desde as notas de abertura do seu primeiro álbum, a banda anunciou-se como algo diferente, uma colisão de grande ambição artística e força bruta primal, de música folclórica inglesa e blues afro-americano. Esse disco vendeu mais de 10 milhões de cópias e foi apenas o começo; os álbuns do Led Zeppelin venderam mais de 300 milhões de cópias certificadas em todo o mundo, e a poeira nunca baixou.
A banda é notoriamente protegida e os livros anteriores forneciam mais calor do que luz. Mas a autoridade nessa biografia chega para lançar, finalmente, a luz, em um texto irresistível. Sua percepção da atmosfera, do contexto a música, os negócios, os estúdios de gravação, a vida em turnê, todo o ecossistema da música popular é incomparável. Seu relato da fusão de Page e Jones, os virtuosos sofisticados de Londres, com Plant e Bonham, os homens selvagens de Midlands, em uma cena dominada pelos Beatles e pelos Stones, mas em rápida mudança, é em si uma revelação. Bob Spitz leva a música a sério e dá vida plena e vívida à jornada artística da banda.
A música, no entanto, é apenas parte da lenda. “Led Zeppelin: A biografia” é também a história de como os anos 60 se tornaram os anos 70, de como os clubes se tornaram estádios, de como a inocência se tornou decadência. Led Zeppelin não foi a primeira banda de rock a se soltar na estrada, mas, como tudo o mais, eles levaram isso a um nível totalmente novo. Nem todas as lendas são verdadeiras, mas no relato cuidadoso de Bob Spitz, o que é verdade é surpreendente e às vezes perturbador.
O Led Zeppelin não deu trégua, e Bob Spitz também não.
Edição especial limitada de colecionador vendida com exclusividade na loja da Belas Letras, que contém:
1 Box rígido impresso com estampa quente dourada, contendo o livro inédito no Brasil “Led Zeppelin: A Biografia”, em capa dura, 720 páginas, sendo 32 de fotos, algumas inéditas e outras pouco conhecidas do público em geral;
+ 1 vela de 140g. em pote de vidro, com aroma capim-limão (ajuda na concentração) com uma chama de 30 horas, tempo médio que você levará para ler o livro;
+ 1 miniatura do Eremita, de 15 centímetros, feita em resina e com uma pintura manual, cada peça leva 24 horas para ser produzida.
“Um dos melhores livros de música do ano.” – Chicago Tribune
“Uma biografia digna da principal banda de rock da década de 1970.” – Kirkus
“Apesar de todo o excesso e crueldade da história, a paixão de Bob Spitz pela genialidade da banda vai cativar os entusiastas do rock.” – Publishers Weekly
“A história ultrajante do Led Zeppelin e toda a sua loucura do rock ‘n roll está bem aqui, como nunca, nestas páginas.” – Graham Nash”
ARTIGO
Led Zeppelin: biografia diz o que é real ou mito nos escândalos da banda
Bob Spitz é o autor do livro mais afiado sobre a monumental banda de rock
Por Felipe Branco Cruz
Poucos meses após lançar seu primeiro álbum, em 1969, os britânicos do Led Zeppelin viram sua popularidade explodir nos Estados Unidos — e no mesmo ano começaram a gravar o segundo disco num estúdio de Los Angeles. Entre uma sessão e outra, eles ficavam hospedados no luxuoso Chateau Marmont, com seus bangalôs de fácil acesso, perfeitos para a presença das groupies, meninas entre 13 e 18 anos que não conseguiam entrar nos shows por ser menores de idade, mas zanzavam livremente no hotel. Em dado momento, o empresário da banda, Peter Grant, entrou num dos quartos dos roqueiros e deparou com cena forte: uma menina estava amarrada à cama pelos pulsos e tornozelos. Após perguntar o que estava fazendo ali, ela respondeu: “Não sei, mas vocês não param de entrar aqui e transar comigo”. Sem se abalar, Grant disse: “Ah, ok. Tenha um bom dia”.
obscena (e real) história confirma: a banda que deu ao mundo as espetaculares Kashmir e Whole Lotta Love não só elevou a música a um patamar de fúria nunca antes visto, como também foi a epítome da tríade sexo, drogas e rock’n’roll. Sua trajetória ganha seu registro mais criterioso e completo pelas mãos do escritor e jornalista Bob Spitz no livro Led Zeppelin: A Biografia, lançado nos EUA em 2021 e cuja primeira tradução para o português chega às livrarias brasileiras no próximo dia 10. Ainda que excessos de todos os tipos tenham de fato ocorrido, as andanças do grupo ensejaram ao longo dos anos um apanhado de causos cabeludos criados por fãs ou fofoqueiros que, ávidos por mais perversões, botavam a imaginação para funcionar. Não por acaso, o Led Zeppelin se tornou uma das bandas mais biografadas da história, com cerca de 150 títulos publicados. Com a exaustiva missão de discernir o que é mito ou real, Spitz passou cinco anos mergulhado em vasta pesquisa, que envolveu centenas de entrevistas e viagens a locais marcantes. Ao navegar por águas tão tortuosas, o autor usou sua experiência como biógrafo dos Beatles, e também de famosos tão díspares quanto Julia Child e Ronald Reagan, para contar a saga do grupo despido de paixões.
Ao avançar na missão de separar o joio do trigo, Spitz praticamente soluciona casos como o do suposto roubo de 200?000 dólares do cofre do hotel Drake, na Nova York de 1973, investigado por anos pelo FBI e contado em outras biografias como uma falha de segurança. O episódio, na realidade, foi um modo que o empresário da banda encontrou para não declarar o dinheiro no Reino Unido e escapar de impostos que comiam até 90% da renda. Outro mistério desvendado é a história de que Jimmy Page teria apenas desmaiado em 1977, antes de um show no estádio Pontiac Silverdome, nos EUA. O guitarrista, na verdade, sofreu uma overdose de heroína e foi resgatado pelo chefe da turnê, Richard Cole. Page constantemente subia ao palco chapado, errava notas e não sabia quando parar em seus solos. “Robert Plant ficava fitando Jimmy com um olhar que dizia: ‘Que porra você está fazendo?’”, diz no livro o engenheiro de som Benji LeFevre.
As farras geralmente acabavam em confusões causadas pelo baterista John Bonham, o Bonzo. Ele chegou a jogar televisores do oitavo andar de um hotel na Sunset Boulevard, em Los Angeles. Na época, alguém relatou ter visto um piano vertical também cair, mas Spitz descarta essa versão devido à fonte apócrifa. Além disso, Bonzo era violento. Ele tentou enforcar uma pessoa durante uma discussão e provocou uma briga com Glenn Hughes, do Deep Purple, ao jogar um papelote de cocaína no rosto dele. Certa vez, no avião da banda, agarrou uma comissária de bordo por trás, deu um mata-leão nela e levantou sua saia para tentar estuprá-la — foi impedido a tempo pelo empresário Grant. Diante de tudo, não surpreendeu ninguém, tristemente, sua morte por overdose de álcool em 1980. “Senti que precisava dar ao leitor uma noção do mau comportamento da banda na estrada, mas fui muito criterioso em como apresentar esse material para equilibrá-lo com a música e não transformar meu livro em uma sucessão de histórias escabrosas”, disse o biógrafo Spitz a VEJA (leia abaixo).
Enquanto nos palcos o Led Zeppelin se mostrava uma potência inigualável — os solos de Page com arcos de violinos, guitarras de dois braços e o uso de instrumentos como teremim inspiraram uma geração — , o comportamento errático fora deles marcou o fim da inocência dos anos 60, sepultando de vez a geração paz e amor e pavimentando o caminho para que grupos de heavy metal como Black Sabbath pudessem vingar. O espírito transgressor dos roqueiros foi louvado por décadas, mas hoje, ironicamente, as atitudes do Led Zeppelin nos bastidores seriam complicadas — fato que impactou, inclusive, a pesquisa para o livro. Avessos a entrevistas, os remanescentes Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones haviam aceitado falar com Spitz em 2017. A agenda, porém, coincidiu com a eclosão do movimento feminista #MeToo. Sem explicações, os três cancelaram os encontros — provavelmente, diz o autor, com receio de que aquelas histórias retornassem aos holofotes. Os acordes selvagens fizeram história — mas nos dias atuais aquela inconsequência lendária certamente provocaria ruídos de condenação.
“Plant não pronuncia nome de Page”
O americano Bob Spitz falou a VEJA sobre a biografia do Led Zeppelin, a chance de uma volta da banda e o tema de seu próximo livro:
O senhor é autor de biografias tão distintas quanto a dos Beatles e as de Julia Child e Ronald Reagan. Como os escolheu?? Diante dos personagens, sempre me pergunto: “Eles mudaram a cultura?” e “Foram amados?”. Tenho 20?000 vinis. Porém, quando meu editor me convidou para escrever sobre o Zeppelin, não tinha nenhum álbum deles. Para falar a verdade, eu era um pote vazio e foi como se os tivesse ouvido pela primeira vez.
Afinal, há alguma chance de retorno do Led Zeppelin??Não. Plant terminou a banda enojado com o comportamento de Jimmy, com seus solos de vinte minutos. E, depois, outros vinte minutos de solos do Bonzo. Ainda por cima, veio a morte de Karac, filho de Plant. A perda do (baterista) Bonzo foi só a gota d’água. Hoje, Plant não pronuncia o nome de Page. Refere-se a ele como “ex-colega de banda” ou “ex-guitarrista da nossa banda”.
Qual sua próxima biografia??Os Rolling Stones. São sessenta anos de banda, tenho muita história para contar sobre sua trajetória. Eles amam o Brasil, e músicas importantes surgiram por aí.
Publicado em VEJA de 3 de maio de 2024, edição nº 2891