Eric Clapton: os 50 anos do lendário Rainbow Concert

Eric Clapton: os 50 anos do lendário Rainbow Concert

Na história do rock, ao longo de suas mais de sete décadas de existência, certos concertos de bandas ou artistas solo ficaram marcados por suas singularidades e grandiosidades, podendo até hoje serem adjetivados como definitivamente impares.  Nessa lista, e só para citar alguns, o show do The Who na Universidade de Leeds em 14 de fevereiro de 1970; a apresentação dos Rolling Stones no Madison Square Garden em 27/28 de novembro de 1969, que resultaria no álbum Get Yer Ya-Ya’s Out ou o show do Led Zeppelin em julho de 1973, também no Madison Square Garden eternizado no disco The Songs Remains the Same. Um concerto, no entanto, nem sempre lembrado, mas definitivamente um dos maiores registros já feitos na história do rock`n roll, aconteceu há exatos 50 anos, mais precisamente no dia 13 de janeiro de 1973.

O guitarrista inglês Eric Clapton, mais conhecido naquela época como “God”,  estava  afundado nas drogas. Coube a Pete Townshend, guitarrista do The Who, montar uma apresentação no Rainbow Theatre em Londres com o intuito de trazer Clapton de volta. Com o auxílio de George Harrison e Steve Winwood, montou a banda de brothers que iria acompanhar Clapton no Rainbow. Para as guitarras, além do próprio Pete e obviamente Eric, Townshend chamou o guitarrista dos Faces, Ronnie Wood. Steve Winwood, líder do Traffic, que havia sido colega de banda de Clapton no Blind Faith, assumiu os teclados e chamou seus colegas de Traffic Rick Grech (também ex-Blind Faith) para o baixo, Jim Capaldi para a bateria e Rebop para as demais percussões. O baterista Jimmy Karstein foi convocado para a segunda bateria. A banda foi batizada com o nome The Palpitations. O que aconteceu antes, durante e depois do show, você confere em detalhes na matéria abaixo. Boa leitura.

 

 

Eric Clapton: a história do lendário Rainbow Concert!

Por Maurício Rigotto

Coloquei um disco na vitrola – o que sempre faço quando chego em casa, afinal, a minha vida tem que ter trilha sonora – e sentei defronte a máquina de escrever para tentar parir a minha coluna, que seria sobre o lançamento do primeiro álbum de uma nova banda inglesa. Claro que não estou sentado em frente a uma obsoleta Olivetti, estou escrevendo no programa Word do computador. O disco que escolhi ao acaso foi o álbum ao vivo Eric Clapton’s Rainbow Concert, e logo na primeira música desisti de escrever sobre a tal banda nova – fica para a próxima semana – e passei a lembrar da história desse antológico álbum.

No ano de 1971, Eric Clapton era aclamado mundialmente como o melhor guitarrista vivo do mundo, levando-se em conta que Jimi Hendrix partira dessa para melhor no ano anterior, porém sua vida pessoal estava de ponta cabeça. Clapton estava apaixonado pela esposa de George Harrison, seu melhor amigo – com quem viria a se casar em 1979 – e estava afundando no vício em heroína e no alcoolismo. Sua banda, a fenomenal Derek and the Dominos, se dissolveu em abril, logo após o lançamento de um dos álbuns mais incríveis de toda a carreira de Clapton, o fabuloso Layla and Other Assorted Love Songs.

Em agosto, Clapton se apresentou ao lado de George Harrison e outros no Madison Square Garden em Nova York no famoso Concert for Bangladesh e depois sumiu do mapa, se refugiando como um ermitão em sua casa para um longo período de inatividade e isolamento. Eric não atendia o telefone ou a campainha, salvo para seus traficantes ou um que outro amigo mais próximo, e dormia o dia todo após passar noites em claro tocando guitarra e injetando heroína, esperando que a morte viesse lhe buscar.

George Harrison aparecia de vez em quando e ambos tocavam guitarras por horas, porém Clapton sentia-se desconfortável por desejar roubar a mulher do seu melhor amigo, justamente o cara de quem ele gostava como se fosse um irmão. Outro dos poucos amigos que apareciam regularmente era Pete Townshend, guitarrista do The Who, com o pretexto de ajudar Clapton a finalizar algumas faixas inacabadas dos Derek and the Dominos. Eric agradeceu a Pete pela ajuda, mas havia perdido o interesse pelo projeto e se entregado a total inércia. Townshend então chutou o balde e disse que sabia que Clapton estava com sérios problemas com a heroína… ( leia completo)

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