O CADETE E O CAPITÃO

CADETE E O CAPITÃO: A VIDA DE JAIR BOLSONARO NO QUARTEL

Uma investigação sobre um momento controverso na trajetória de Jair Bolsonaro: o abandono da carreira militar e o ingresso na vida política. Jair Bolsonaro tornou-se uma figura pública em 1986, quando assinou na revista Veja um artigo em que reclamava do baixo soldo pago aos militares. Um ano depois, nas páginas da mesma revista, reapareceu numa reportagem que revelava um plano de estourar bombas em locais estratégicos do Rio de Janeiro. A revista publicou um desenho que detalhava o plano. O croqui, supostamente de autoria do capitão, comprovaria a conspiração em curso no Exército. Instado a prestar contas, Bolsonaro foi considerado culpado no primeiro julgamento, e mais tarde inocentado pelo Superior Tribunal Militar (stm). Após a decisão da corte, deixou a farda, passou à reserva e ingressou na política. Esta é a reportagem mais completa já escrita sobre esse período pouco conhecido. O autor examinou a documentação do processo (reproduzida no livro) e escutou as mais de cinco horas de áudio da sessão secreta — ambos disponíveis no stm. Também entrevistou personagens que atuaram no caso, entre jornalistas de Veja e militares colegas de Bolsonaro. Além de reunir indícios suficientes para apontar que a autoria do croqui, como sustentou Veja até o fim, era mesmo do capitão, Maklouf reconstitui um episódio decisivo não apenas para a trajetória do presidente eleito em 2018, mas também para a redemocratização e o jornalismo no Brasil.

 “ Indigno, ignóbil, torpe, ultrajante, abjeto, asqueroso, indecente, indecoroso, imoral, desavergonhado, repugnante, baixo, mesquinho, sórdido. Qual adjetivo o leitor prefere? Todos já caberiam, na opinião deste colunista, antes da declaração sobre o pai do presidente da OAB; mais ainda cabem depois dela. E sabe o leitor o principal? O destinatário de tais qualificativos não liga. Quanto mais os recebe, mais fará para recebê-los. Aposta neles para causar estardalhaço, atrair as atenções, ganhar novas adesões e reforçar as antigas.”. O trecho acima foi retirado de um artigo escrito pelo jornalista Roberto Pompeu de Toledo publicado na revista Veja em agosto e, como se percebe, pinta em tintas fortes, o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Depois do artigo, Bolsonaro criou problemas com a França, com a ONU e esta semana defendeu a ditadura de Augusto Pinochet no Chile, responsável por 3.000 mortes e mais de 30.000 torturados. O homem é um fenômeno da tosquice. Através de seu discurso e talvez por causa dele, empodera-se o ódio. Também essa semana, um negro, nu, foi torturado, o governador de São Paulo mandou recolher livros destinados a alunos do ensino fundamental e o prefeito do RJ mandou apreender em plena Bienal um livro que continha a gravura de um beijo gay. De onde porém, vem Bolsonaro? Um bom caminho para o leitor saber realmente com quem estamos lidando, já se encontra nas livrarias. O livro é “O CADETE E O CAPITÃO: A VIDA DE JAIR BOLSONARO NO QUARTEL”, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho, repórter do jornal O Estado de São Paulo e vencedor do prêmio Jabuti. O livro de Carvalho, esclareça-se,  não é uma biografia. Cobre a trajetória do atual presidente pelo Exército e seu relato tem início em 1986 quando, Bolsonaro escreve um artigo para a revista Veja reclamando dos salários e criticando o então ministro do Exército, general Leônidas Pires Gonçalves. Punido com 15 dias de prisão disciplinar, não se fez de rogado. Um ano depois, nas páginas da mesma revista, publicava-se uma reportagem revelando um plano de estourar bombas em locais estratégicos do Rio de Janeiro. A revista publicou um desenho que detalhava o plano. O croqui, supostamente de autoria do capitão, comprovaria a conspiração em curso no Exército. Instado a prestar contas, Bolsonaro foi considerado culpado no primeiro julgamento, e mais tarde inocentado pelo Superior Tribunal Militar (stm) numa sentença no minimo duvidosa, como mostram os documentos. Após a decisão da corte, deixou a farda, passou à reserva e ingressou na política. Até agora, todos os documentos referentes ao julgamento  e ao processo em si haviam sido mantidos em sigilo. O autor do livro teve acesso porém,  às mais de 700 páginas de documentos e cinco horas do julgamento. O livro tem 87 páginas só de reproduções de imagens, documentos e reportagens. O autor entrevistou personagens que atuaram no caso, entre jornalistas de Veja e militares colegas de Bolsonaro. A obra de Carvalho não acusa, mostra fatos. Ao reconstituir episódio esclarecedor para a trajetória do presidente eleito em 2018, o livro presta um importante serviço ao jornalismo investigativo no Brasil e oferece ao leitor oportunidade de conhecer a face até agora pouco conhecida do presidente que um dia ostentou a alcunha de “mito”. No mínimo assustador.

( Vladimir Araújo)

Leia mais:

https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2019/07/31/aversao-de-militares-a-imprensa-ajudou-a-absolver-bolsonaro-em-1988-diz-autor-de-livro.ghtml

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/08/livro-detalha-como-tribunal-absolveu-bolsonaro-e-condenou-a-imprensa.shtml

Subtítulo:  A VIDA DE JAIR BOLSONARO NO QUARTEL

Origem:  NACIONAL

Editora: TODAVIA (EB)

Assunto: Biografias – Política

Idioma: PORTUGUÊS

Ano de Edição: 2019

Ano:  2019

País de Produção: BRASIL

Código de Barras:  2020122978931

ISBN:  9786580309368

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