Os náufragos do Wager: Uma história de motim e assassinato
Fenômeno de público e crítica, Os náufragos do Wager reconstitui a história real de um naufrágio no século XVIII ? e da história impressionante de seus sobreviventes.
Em 28 de janeiro de 1742, uma embarcação apareceu na costa do Brasil, tripulada por trinta homens famélicos, à beira da morte, com uma história assombrosa para contar. Eram sobreviventes do Wager , um navio britânico que naufragara em uma ilha deserta na costa da Patagônia. Abandonados durante meses e sob circunstâncias adversas, eles construíram o próprio navio e viajaram por mais de cem dias, sendo recebidos como heróis. Mas seis meses depois uma outra nave chegou à costa chilena, desta vez com apenas três náufragos e uma narrativa muito diferente: os trinta marinheiros que desembarcaram no Brasil não eram heróis, e sim amotinados.
Assim começou uma guerra de versões entre os dois grupos, demonstrando que, enquanto estavam na ilha, a tripulação do Wager entrou em guerra, com facções lutando pelo domínio da região. Com mais acusações de traição e assassinato, o Almirantado convocou uma corte marcial para determinar quem estava dizendo a verdade, num processo que punha a vida de todos em xeque.
O s náufragos do Wager é uma narrativa fascinante sobre o comportamento humano em situações extremas, repleta de reviravoltas e escrita com ritmo de tirar o fôlego. Indo além da aventura histórica, David Grann mostra que o que estava sob julgamento não eram apenas o capitão e seus tripulantes, mas a própria ideia de império.
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No livro “Os náufragos do Wager”, David Grann recria uma dos casos militares mais famosos da Inglaterra do século 18, que influenciou filósofos como Rousseau, Voltaire e Montesquieu, assim como, mais tarde, Charles Darwin
Por Gonçalo Junior
O navio inglês Wager naufragou no cabo Horn, uma das travessias mais perigosas do mundo, até hoje. Na imagem, tela do pintor inglês Charles Brooking (1677-1738) (Crédito: Divulgação)
Um dos nomes mais conhecidos da revista The New Yorker, o jornalista e escritor americano David Grann ficou conhecido no Brasil com dois livros excepcionais. Primeiro, Z – A Cidade Perdida, de 2009, sobre o desaparecimento, em 1925, do explorador britânico Percy Fawcett, na Amazônia brasileira.
O segundo título é Assassinos da Lua das Flores: Petróleo, Morte e a Origem do FBI, de 2018, uma reportagem histórica, inspiração para o cineasta Martin Scorsese.
Agora Grann retorna com outro livro eletrizante. Lançado pela…(LEIA COMPLETO)